sexta-feira, 15 de maio de 2015

Energia eólica








Há muita expectativa para o possível novo acordo climático global que deverá ser firmado pelos quase 200 países membros das Nações Unidas, que se encontrarão em Paris, no final deste ano, durante a Conferência da ONU para as Mudanças Climáticas. Entretanto, todos sabem que as negociações serão difíceis, o consenso é quase impossível e talvez um acordo forte, como se espera, não aconteça.
Todavia, o acordo se faz necessário. “O problema das mudanças climáticas atingiu uma dimensão tão grande que me parece que vale a pena insistir no âmbito da ONU. Em condições ideais, é o melhor foro, é melhor ter 200 países do que só um grupo fechado”, afirma Eduardo Felipe Matias, advogado e autor do livro “A Humanidade contra as Cordas“, lançado em 2014, em entrevista à revista Página 22, publicada pelo Centro de Sustentabilidade da FGV de São Paulo.
Apesar de defender as negociações oficiais da França, Matias ressalta que somente elas não serão suficientes para mudar o modelo econômico vigente, que não prioriza a sustentabilidade. Ele argumenta que seria preciso implementar um “círculo virtuoso da sustentabilidade”, conceito este que aparece em sua mais recente obra, citada acima.
O círculo seria composto por um conjunto de atores, que em paralelo à governança global, adotariam práticas mais sustentáveis e igualitárias – tanto nos setores sociais, como econômicos e ambientais. “Deveríamos buscar a multiplicação das iniciativas e incentivos para a promoção da sustentabilidade, acionando todos os instrumentos possíveis – precificação do carbono, certificações socioambientais, investimentos em inovação  –, em todas as instâncias da governança planetária. Tudo ao mesmo tempo, e agora, devido à urgência do quadro atual”, destaca o advogado.
Na entrevista, ele explica como o círculo virtuoso seria uma espécie de  grande pacto – descentralizado por meio de redes, coalizões e iniciativas individuais e coletivas. “Uma articulação entre as dez principais redes de supermercados do mundo, para só comprar um determinado produto, para que tenha sua cadeia de valor sustentável, hoje tem mais força que um país de médio porte ou de porte até maior”, exemplifica. “Se as ações para a mudança não vêm de cima para baixo, têm que vir de baixo para cima. De baixo para cima talvez não seja a imagem mais adequada: na verdade, vêm de todos os lados”.
Para ler a conversa completa com Eduardo Felipe Matias, acesse o site da Página 22 ou baixe a edição. Na entrevista, ele comenta ainda sobre o papel do Direito Internacional, livre-comércio e a criação de grupos menores de países, que ele chama de “clubes”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário