Até recentemente o Ocidente era a principal fonte de lixo
eletrônico na Ásia – apenas nos Estados Unidos, estima-se que 350.000 celulares
e 130.000 computadores sejam jogados fora todos os dias. Mas o quadro está
mudando. Metade deste lixo processado hoje na China é gerado no próprio país.
O lixo eletrônico europeu e americano está declinando no
montante do que se processa no sudoeste da Ásia, enquanto países na região,
como Tailândia e Malásia, se tornam rapidamente contribuintes.
Talvez agora seja a hora de a região estabelecer um sistema
de reciclagem robusto, em vez de apenas limitar a importação de lixo
eletrônico.
Uma pesquisa de mercado publicada no mês passado mostrou que
desenvolvimentos rápidos de novas tecnologias de laptops, smartphones e tablets
estão encorajando um abandono também rápido de velhos modelos na Ásia, causando
um aumento súbito no lixo eletrônico. Os upgrades constantes
estão sublinhando a urgência do descarte seguro destes produtos.
Os dois principais destinos do lixo eletrônico do mundo
desenvolvido são a China e a Índia, onde comunidades inteiras, inclusive
crianças, vivem de retirar metais, vidro e plástico de computadores velhos.
Apenas na cidade chinesa de Guiyu, cerca de 150.00 pessoas estão empregadas
nesta atividade.
Paises subdesenvolvidos no sudoeste da Ásia, como Camboja,
Indonésia, Vietnã e Myanmar também se tornaram locais de descarte. A Indonésia,
por exemplo, importa produtos descartados dos EUA e exporta seus resíduos
valiosos para a China. O Camboja recebe o lixo eletrônico de outros países da
região. E os métodos primitivos da extração do que presta nele causam grandes
danos ao ambiente e à saúde das pessoas. Alguns itens são selecionados à mão, e
liberam um coquetel de toxinas no ar.
Uma das reações ao problema é um movimento pela proibição
total do comércio de lixo eletrônico, mas exportações ilegais e contrabando
tornariam isto inexequível.
A Convenção da Basiléia, de 1994, foi destinada a introduzir
um sistema de controle de importação e exportação de resíduos perigosos. Um ano
depois de sua introdução, ela foi emendada, falando apenas de uma proibição
parcial, em reconhecimento de que era realista aceitar que se podia reduzir mas
não completamente banir tais trocas. A emenda foi aceita até agora por 73
países, e eles incluem a maioria dos países desenvolvidos, mas não os Estados
Unidos.
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