quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Clifford, um cão-um exemplo de amizade

Clifford é paciente, não se cansa de esperar. Todos os dias, há um ano, ele espera seu dono, Gabriel do Nascimento, 11 anos em frente a escola do menino, em Capoeiras, Florianópolis. 

Quando o sinal bate, às 7h45min, a criançada vai para a aula e o cachorro branco com pintinhas pretas e olhos cor de mel senta em frente ao grande portão azul, de costas para a rua e espera, atento e quase imóvel, durante toda a manhã. Quando escuta a algazarra dos alunos no recreio, levanta a orelha e espicha a cabeça. Parece ter esperança de ver seu melhor amigo. Batizado com este nome em homenagem ao desenho animado Clifford, o Gigante Cão Vermelho, Clifford se vira para ver um passarinho ou checar o latido de outro cachorro ao longe. Nem o sol gostoso do inverno e a grama macia da praça em frente ao colégio são capazes de tirá-lo do lugar. Clifford prefere ficar na sombra e no piso frio, mas perto do Gabriel. No meio da manhã, bate um sono. Ele boceja e dá uma espreguiçada. E volta a sentar em frente ao portão. No início da manhã, cansado da caminhada de 20 minutos da casa da família, no Monte Cristo até a Escola Básica Edith Gama Ramos, Clifford se refresca com um pote de água, guardado especialmente para ele. Demarca o território em alguns postes da praça e volta para o seu posto.
Quando alguém abre o portão, ele entra no jardim da escola e espera sentado em frente à porta de entrada. Só sai dali por um biscoito de água e sal, colocado do lado de fora como isca, pela vigilante. Clifford parece um pedágio.
Quase todos estudantes e servidores da escola, na entrada ou na saída, fazem cafuné nele. A maioria sabe seu nome e se encanta com sua lealdade e amor por Gabriel. Um menino de 10 anos contou que a amizade dos dois é sincera.
Alguns tiram foto dele. Muitos lembram do filme Sempre ao seu lado (Estados Unidos, 2009, direção: Lasse Hallström), em que o cão Hachiko todos os dias espera por seu dono. Segundos antes das 11h45min, Clifford percebe a movimentação dos alunos em fila se preparando para sair da escola.
Ele força o portão com a patinha, sem conseguir abrir. Fica impaciente. Dá voltas no mesmo lugar, senta, fica em pé, olha atento, orelha em pé. E, de repente, a felicidade suprema. Gabriel sai pelo portão e abraça Clifford, que dá pulos de alegria balançando o rabinho sem parar.

 Ele também pula em Gabriela, irmã gêmea de Gabriel. Marília Rodrigues, 11 anos, amiga dos irmãos desde que eles tinham dois anos de idade também faz festa para o cão. Clifford levava e buscava os três na creche. O hábito continuou na escola, há quatro anos.
No último ano, o cão espera até o final da aula.

 Fonte: Diário Catarinense.

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