segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os animais pensam?



Estudiosa do autismo, a norte-americana Temple Grandin (ela própria autista) diz que sua forma de ver o mundo pode ajudar a compreender como pensam os animais. Ao comparar mecanismos do “pensamento” animal com os de autistas, ela aproxima os animais dos seres humanos e lança as bases de uma grande polêmica científica

Quem ainda não parou, tocado no fundo do coração, diante do olhar intenso e meigo de um cão labrador? Se você é ligado em animais, sejam selvagens ou domésticos, certamente já se pegou admirado diante de tanta expressividade e se perguntou: será que eles pensam? E, se pensam, o que pensam? Para a ciência, essa também é uma pergunta recorrente, origem de inúmeras pesquisas, centenas de dúvidas e muitas, muitas controvérsias. Uma delas diz respeito aos novos estudos realizados pela pesquisadora norte-americana Temple Grandin.

Recentemente, ela sacudiu os meios acadêmicos ao afirmar não apenas que os animais pensam, mas também ao lançar uma teoria para explicar como eles o fazem. Mais que isso: Temple deixou cientistas de cabelo em pé quando comparou a mente de um animal à mente de um ser humano autista. Para ela, animais e pessoas com autismo têm a mesma forma de ver mundo e os mesmos mecanismos de “pensamento”.

Absurdo? Pode parecer, embora boa parte dessa polêmica seja amenizada diante do fato de que a própria autora dessa teoria é autista e conhece o assunto de um ponto de vista muito particular, único na história da ciência. Aos 62 anos, Temple faz parte de uma estatística que aponta 20 casos a cada 10 mil pessoas (quatro vezes maior nos homens, de acordo com a Sociedade Americana de Autismo), com vários níveis de comprometimento do cérebro. No caso da pesquisadora, o autismo manifestou-se num grau considerado baixo, o que permite que ela leve uma vida muito próxima dos padrões de normalidade, interagindo perfeitamente com o mundo que a cerca.

Aos quatro anos de idade, a menina britânica Rose Willcocks foi diagnosticada com uma síndrome genética rara e praticamente emudeceu. De acordo com uma reportagem do jornal Daily Mail, ela nunca conseguiu dizer as palavras "papai" e "mamãe", muito menos pedir comida ou dizer que estava com sono. Mas, para espanto dos pais, a garota revelou que consegue falar - mas apenas com animais.

De acordo com a reportagem, Rose começou a emitir sons quando, como parte de sua terapia, ficou durante um tempo em uma fazenda. Seus pais agora dizem que ela fala sempre que está em companhia de algum animal.

A descoberta tem dado esperanças na cura da síndrome de Rose. Segundo o jornal, a mãe da menina, de 37 anos, apelidou a filha de "Miss Dolittle", em referência ao personagem do cinema que conversa com animais, interpretado em refilmagem recente por Eddie Murphy.





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