segunda-feira, 23 de março de 2009

O 'assombroso' faz a diferença


Pergunto: Que professor levou seus alunos a ver os flamboyants incendiados? Primeiro, o prazer estético diante do assombroso. Depois, o prazer de compreender. Mas, para compreender, é preciso pensar. O pensamento é um filho do assombroso. Quando passamos do assombro das coisas para o desejo de pensar, passamos do visível para o invisível. Compreender é ver o invisível. Foi assim que nasceram as ciências. Copérnico: primeiro, o assombro dos céus estrelados; depois a compreensão matemática (invisível!) dos movimentos das estrelas. Darwin: primeiro, o assombro diante da variedade das espécies vegetais e animais; depois, a compreensão (invisível!) da sua origem.

Rubem Alves

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